Como o Salmão volta ao seu rio de origem para procriar?

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Os cientistas ainda não descobriram totalmente como funciona o incrível senso de orientação desses peixes que conseguem nadar centenas ou milhares de quilômetro pelos oceanos antes de voltarem ao rio onde nasceram.

Várias hipóteses já foram levantadas para explicar o fenômeno, como possíveis direcionamentos dados pelas correntes marítimas, pelas diferenças de temperatura da água e até mesmo pela incidência dos raios solares no trajeto percorrido por eles. Hoje em dia, uma das teorias mais aceitas é a de que o Salmão encontra o caminho de casa usando dois fatores: o magnetismo da Terra e seu sistema olfativo.

“Acreditamos que, quando ainda está no oceano, o salmão ainda consegue se orientar por meio do campo magnético do planeta. Quando eles identificam o rio pelo qual alcançaram o mar, passam a usar o olfato até encontrar o curso d’água de origem”, afirma o biólogo Lyman Thorsteinson, do Centro Ocidental de pesquisa dos peixes, em Seattle, nos EUA.

Isso só é possível porque o salmão é dotado de um sistema olfativo altamente desenvolvido, capaz de diferenciar o odor dos diferentes tipos de solo e de vegetação presentes nos rios.
“Cada curso d’água possui características químicas únicas, que funcionam como uma impressão digital e o salmão retém na memória a assinatura química do lugar onde nasceu”, diz o ictólogo (especialista em peixes) Ricardo Macedo Correia e Castro, da Universidade de São Paulo (USP).

É importante lembrar que o curso de volta contra a correnteza é penoso e apenas uma porcentagem dos peixes atingir seu objetivo e mesmo os poucos que conseguem procriar dificilmente retornam para o mar. A grande maioria dos heroicos sobreviventes dessa fantástica travessia, morrem onde nasceram.

Lapesca
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