É o movimento de cardume de peixes que nadam rio acima, contra a correnteza, para realizar a desova no período de reprodução. A palavra vem do tupi e significa algo como “saída de peixes”, como os índios descreviam esse fenômenos que ocorre com milhares de espécies do mundo inteiro.
Na maior parte do Brasil, a piracema coincide com o período das chuvas de verão. “Quando a temperatura da água e do ar esquenta e o nível do rio sobe em até 5 metros, os peixes percebem que é hora de vencer a correnteza para se reproduzirem.
Junto à cabeceira dos rios, a chance dos recém-nascidos é maior”, afirma o biólogo Geraldo Barbieri, do Instituto de Pesca de São Paulo, entidade do governo estadual. O ponto de partida é chamado lar de alimentação, onde os peixes encontram comida suficiente para sobreviver na maior parte do ano.
Na jornada rio acima, o esforço contra a correnteza é essencial para o processo de reprodução, pois os peixes queimam gordura e estimulam a produção de hormônios responsáveis pelo amadurecimento dos órgãos sexuais.
A duração da viagem varia bastante. Peixes como as piavas não vencem mais do que 3 quilômetros por dia, mas há registro de curimbatás que chegam a rasgar 43 quilômetros do rio em apenas 24 horas.
Para todos porém, a jornada é cheia de perigos. Além de superar cachoeiras, predadores e outros obstáculos naturais, esses animais também precisam vencer a pesca predatória.
Lapesca
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