Cientistas identificam 180 espécies de peixes fluorescentes

Pesquisadores do Museu Americano de História Natural descobriram, quase por acaso, novos grupos de animais que brilham ao serem expostos à luz azulpeixe flourescente

Ao revelarem as fotos que haviam feito no fundo do mar das Ilhas Cayman no início de 2011, os cientistas do Museu Americano de História Natural viram algo que parecia uma enguia de luz verde, brilhante. Para descobrir o que era aquele feixe estranho, organizaram mais algumas expedições de mergulho e encontraram não só uma enguia, mas 180 espécies de peixes fluorescentes, agrupadas em 51 famílias e 105 gêneros diferentes.

A revelação, detalhando as características dos peixes que brilham em tons de verde, alaranjado e vermelho, foi publicada na última quarta-feira no periódico Plos One. “No início, achamos que era uma brincadeira do fotógrafo, que ele tinha usado Photoshop nas imagens. Mas então vimos que era mesmo uma enguia brilhante”, afirmou John Sparks, um dos autores do estudo, em vídeo publicado pelo Museu Americano de História Natural.

Na época, os pesquisadores faziam fotos de corais fluorescentes para uma exposição que será aberta em maio no Museu Canadense da Natureza, em Ottawa. Mas, ao descobrir a enguia fluorescente, decidiram desenvolver equipamentos especiais, como câmeras e flashs, para estudar esse tipo de peixe. Eles dedicaram dois anos em expedições nas Ilhas Cayman, Salomão e nas Bahamas e, em todas elas, encontraram peixes que brilham sob a luz azul.

Peixes fluorescentes como os descobertos pela equipe de pesquisadores não produzem a própria luz, como os vaga-lumes: eles absorvem luz azul e a transformam em luz brilhante. A maior parte das espécies identificadas está camuflada na natureza – por isso os pesquisadores não a viram a princípio – e não emite luz alguma sob a iluminação branca. Os cientistas acreditam que a fluorescência desses animais seja uma adaptação para que os peixes possam se encontrar, inclusive para o acasalamento.

Fonte: Veja

Os peixes são capazes de dormir?

 

get

Os peixes dormem, mas não como os seres humanos, pois já que não possuem pálpebras, eles não fecham os olhos. O “sono” dos peixes é caracterizado pela redução de seus movimentos vitais durante um certo período do dia.
“Alguns peixes gostam de ‘dormir’, ou seja, descansar durante a noite ou quando a água está bem fria. Outros peixes descansam até mesmo durante o dia”, segundo o professor Athiê Jorge Guerra, do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Mesmo durante esse período de “descanso”, os peixes forçam a passagem de oxigênio em suas brânquias com o abrir e o fechar das bocas. Assim, eles continuam respirando enquanto “cochilam”.

Fonte: Terra

 

A evolução das patas traseiras dos animais terrestres começou na água, concluem cientistas

peixe reportagem

Segundo as teorias em vigor acerca da transição dos animais marinhos para os animais terrestres com quatro patas, o desenvolvimento de patas traseiras adaptadas à marcha só aconteceu depois de os primeiros vertebrados terem saído da água. Mas novos fósseis agora descritos de Tiktaalik roseae, um peixe pré-histórico de água doce que viveu há 375 milhões de anos, sugerem que as suas barbatanas traseiras já estavam preparadas para conquistar a terra firme. A descoberta foi publicada esta segunda-feira na revistaProceedings of the National Academy of Sciences.

As teorias anteriores, baseadas nos melhores dados disponíveis, propõem que a mudança que fez a locomoção animal passar da ‘tracção dianteira’ dos peixes para a ‘tracção às quatro rodas’ aconteceu nos tetrápodes”, diz em comunicado Neil Shubin, da Universidade de Chicago (EUA), um dos autores do novoestudo. “Mas afinal, parece que, na realidade, esta mudança começou a verificar-se nos peixes e não nos animais com patas.”

Com a sua cabeça achatada e os seus dentes afiados, o Tiktaalik, que foi descoberto por Shubin e colegas em 2004, parece o cruzamento de um peixe com um crocodilo. Tem guelras, escamas e barbatanas, mas também, tal como os animais terrestres com quatro patas, um pescoço articulado, uma robusta caixa torácica e pulmões (embora primitivos).

Já se sabia que as barbatanas dianteiras do Tiktaalik eram suficientemente fortes para sustentar o seu corpo fora da água. Mas até aqui, explica o mesmo comunicado, nunca tinham sido encontrados fósseis da porção traseira deste peixe. Daí que se pensasse, com base em diversas análises anatómicas, que as suas barbatanas traseiras não podiam ter sido tão robustas como as dianteiras.

Desde a descoberta dos fósseis iniciais, no Norte do Canadá, e até a 2013, estes cientistas descobriram vários fragmentos adicionais do animal no mesmo local – e em particular, várias pélvis e uma barbatana pélvica do Tiktaalik. E quando analisaram os novos achados, ficaram surpreendidos ao constatar que a pélvis deste peixe era comparável à de alguns dos primeiros tetrápodes. Quanto à barbatana traseira, era quase tão comprida e complexa como a dianteira.

“Esta pélvis é espantosa”, diz Edward Daeschler, da Universidade Drexel (EUA), co-autor do estudo. “O Tiktaalik possuía uma combinação de características primitivas e avançadas (…) e parece ter usado as barbatanas [traseiras] como se de patas se tratasse.”

O estudo mostra que a pélvis do Tiktaalik, apesar de primitiva, tinha um tamanho, uma mobilidade e uma robustez que tornavam possíveis uma série de movimentos. “É razoável supor que o Tiktaalik usava as barbatanas traseiras à maneira de remos”, diz Shubin. “Mas também é possível que elas lhe permitissem caminhar.”

Fonte: PÚBLICO